domingo, 17 de julho de 2011

Tabela de Acentuação Gráfica

Sobre o Acordo Ortográfico


            O Acordo Ortográfico de 1990, assinado por oito países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), teve a sua implementação
no Brasil assim escalonada: 2009 – vigência ainda não-obrigatória; entre 2010 e 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; a partir de 2013 – observância plena e geral dos termos do Acordo.
            O Acordo tem como finalidades unificar a escrita do Português, simplificar as suas regras ortográficas e, com isso, aumentar o prestígio internacional da língua.
Equívocos a respeito do Acordo

            Os meios de comunicação divulgaram amplamente opiniões segundo as quais o Acordo implicaria “uma grande mudança ortográfica” e que seu objetivo seria “uniformizar a língua portuguesa”. Para o Brasil, porém, a abrangência da reforma será bem pequena, afetando a grafia de apenas 0,5% das palavras (nos demais países, a mudança será bem maior: 1,6% das palavras deverão ser escritas de forma diferente).
            Quanto à “uniformização da língua portuguesa”, o engano é mais sério e profundo, pois uma língua não pode ser confundida com a sua ortografia.
            De fato, a ortografia é o aspecto mais superficial da escrita da língua, dependente de convenções impostas (em países de tradição autoritária, como Portugal, Brasil e demais nações lusófonas) ou de hábitos transmitidos ao longo do tempo (em países de tradição mais liberal, como os de língua inglesa).
            A língua portuguesa, depois do Acordo, continuará sendo a mesma; as diferenças que distinguem o Português dos diversos países lusófonos, tanto na pronúncia como no vocabulário e na gramática, em nada serão afetadas (e seria absurdo pensar que pudessem sê-lo, pois uma língua não muda por meio de acordos ou leis, mas pelas transformações que seus usuários – falantes e escritores – produzem nela ao longo do tempo).
            O que mudará com o Acordo – frise-se – é sobretudo a maneira de acentuar algumas palavras. É descabido, portanto, pensar que se trate de uma grande reforma destinada a promover a “uniformização da língua”.
            Algumas das palavras cuja acentuação foi abolida, especialmente no caso dos insensatos “acentos diferenciais”, são de uso frequente. Isso acarretará alguma facilitação ao aprendizado e à prática da ortografia. De resto, as regras de uso do hífen, que eram ruins e inutilmente complicadas, são substituídas por outras, não melhores nem menos complicadas.
            Trata-se, em resumo, de alterações que, apesar de seus longos anos de preparação e do imenso custo delas decorrente, são, segundo a opinião geral, tecnicamente falhas e incapazes de atingir os objetivos visados.

NOVIDADES INTRODUZIDAS PELO ACORDO

I. ALFABETO
Foram reintroduzidas no alfabeto as letras K, W e Y.
O alfabeto passa a ter 26 letras:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z.
Na prática, nada mudou. As letras k, w e y continuam a ser usadas na escrita
de:
• símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
• palavras e nomes estrangeiros e seus derivados: Shakespeare, shakespeariano,
Newton, William, show, playground.

II. ACENTUAÇÃO
O que muda
O que permanece igual
• Trema
Não se usa mais o trema na letra u, para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui: aguentar, arguir, frequência, tranquilo.

• O trema permanece nas palavras estrangeiras
e em suas derivadas: Müller, mülleriano, Hübner,
hübneriano, Bündchen.
Ditongos abertos EI e OI de palavras paroxítonas
Não se usa mais o acento nos ditongos abertos tônicos EI e OI de palavras paroxítonas: ideia, colmeia, apoia, celuloide.
• Continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ÉIS, ÉU(S), ÓI(S): papéis, troféu, herói.
• I e U tônicos depois de ditongos em palavras paroxítonas
Não se acentuam mais I e U tônicos que aparecem depois de um ditongo em palavras paroxítonas: baiuca, feiura.
• Continuam a ser acentuadas as oxítonas com I e U na posição final depois de um ditongo: Piauí, tuiuiú.
• Palavras terminadas em EEM e OO(S)
Não se usa mais o acento circunflexo: leem, creem, doo, enjoo, voos.

• Acento diferencial
Não se usa mais o acento diferencial em membros de alguns pares: para, pela, pelo, polo, pera, forma (opcional, para conferir clareza à frase).
• Permanece o acento diferencial nos pares: pôde / pode, pôr / por, têm / tem, vêm / vem; derivados de ter e vir (mantém / mantêm, convém / convêm, detém / detêm).
• Presente do indicativo e do subjuntivo de arguir, redarguir
Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas rizotônicas do presente do indicativo e do subjuntivo: arguo, arguis, argui, arguem, argua, arguas, argua, arguam

III. EMPREGO DO HÍFEN
Caso
Usa-se hífen
Não se usa hífen
1. Geral
diante de h:
anti-higiênico, sub-humano, super-homem.

2. Prefixo terminado em vogal
diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas, anti-inflamatório, semi-interno.
diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo; diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo; diante de r e s: dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom, antessala.
2.1. Prefixos pré, pró,sota, soto e vice
diante de palavra iniciada por qualquer letra: pré-vestibular, pró-europeu, sota-capitão, soto-mestre, vice-rei, vice-almirante.

2.2. Prefixo co

aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar,
cooptar.
2.3. Prefixo re

aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por e: reeditar, reescrever, reencarnar.
3. Prefixo terminado em
consoante
diante de mesma consoante:
inter-regional, sub-bibliotecário.
diante de consoante diferente:
intermunicipal, supersônico;
diante de vogal: interestadual, superinteressante.
3.1. Prefixo sub
diante de palavra iniciada por b ou r: sub-base, sub-raça, sub-região.

3.2. Prefixos circum e pan
diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.

3.3. Prefixo ad
diante de palavra iniciada por d ou r:
ad-digital, ad-renal.

3.4. Prefixos ex, sem, além, aquém, recém e pós
diante de palavra iniciada por qualquer letra: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação.

4. Sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim
quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu, Ceará-Mirim.

5. Palavras sentidas como unidades

quando se perdeu a noção de composição da palavra: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista.
IV. EXEMPLOS
Trema
Como era
Como fica
Agüentar
aguentar
Ambigüidade
ambiguidade
Conseqüência
consequência
Contigüidade
contiguidade
delinqüência
delinquência
desmilingüido
desmilinguido
Eloqüência
eloquência
Eqüestre
equestre
Eqüidade
equidade
Eqüino
equino
Exeqüível
exequível
Freqüência
frequência
Freqüente
frequente
inconseqüente
inconsequente
Lingüiça
linguiça
EI e OI abertos em paroxítonas
Como era
Como fica
apóio (verbo apoiar)
apoio
Assembléia
assembleia
bóia
boia
boléia
boleia
Celulóide
celuloide
Colméia
colmeia
Coréia
Coreia
Epopéia
epopeia
Estréia
estreia
Geléia
geleia
Heróico
heroico
Jibóia
jiboia
Jóia
joia
Odisséia
odisseia
Panacéia
panaceia
paranóico
paranoico
tramóia
tramoia
I e U tônicos depois de ditongos
Como era
Como fica
baiúca
baiuca
Bocaiúva
Bocaiuva
cheiínho
cheiinho
feiúra
feiura
Paroxítonas em ÊEM e ÔO(S)
Como era
Como fica
abençôo
abençoo
crêem
creem
dêem
deem
dôo
doo
Enjôo
enjoo
lêem
leem
magôo
magoo
perdôo
perdoo
vêem
veem
vôo
voo
zôo
zoo
Acento diferencial
Como era
Como fica
pára (verbo parar)
para
péla (verbo pelar)
pela
pêlo (substantivo)
pelo
pólo (substantivo)
polo
pêra (substantivo)
pera
Presente do indicativo e do subjuntivo de ARGUIR, REDARGUIR
Como era
Como fica
(red)argúo (eu)
(red)arguo
(red)argúis (tu)
(red)arguis
(red)argúi (ele)
(red)argui
(red)argúem (eles)
(red)arguem
(red)argúa (eu)
(red)argua
(red)argúas (tu)
(red)arguas
(red)argúa (ele)
(red)argua
(red)argúam (eles)
(red)arguam

ACENTUAÇÃO GRÁFICA – PRELIMINARES

1. DITONGO:
Dois elementos vocálicos (a, e, i, o, u) na mesma sílaba: boi, saudável.
2. HIATO
Dois elementos vocálicos seguidos, mas em sílabas diferentes: ca-í-da, sa-ú-va.

PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS

1. MONOSSÍLABAS: Quando constituídas de uma só sílaba: a, meu, me, nos, vós, pás, paz, quais, sol, de, vez, giz, bis, tu, nus, mim, ti, si, nós, noz.
2. DISSÍLABAS: Quando constituídas de duas sílabas: ru-a, he-rói, sa-guão, água, ca-sa, mui-to, so-nhar, li-vro, rit-mo, bí-ceps, fór-ceps, mi-lho.
3. TRISSÍLABAS: Quando constituídas de três sílabas: a-lu-no, cri-an-ça, Eu-ro-pa, por-tu-guês, ja-ne-la, guer-rei-ro, en-xa-guar.
4. POLISSÍLABAS: Quando constituídas de mais de três sílabas: pa-ra-le-le-pí-pe-do, es-tu-dan-te, a-míg-da-la, u-ni-ver-si-da-de.

PALAVRAS QUANTO AO ACENTO TÔNICO

As que têm mais de uma sílaba classificam-se como:
1. OXÍTONAS: Palavras cuja sílaba tônica é a última: funil, parabéns, rapaz, saci.
2. PAROXÍTONAS: Palavras cuja sílaba tônica é a penúltima: escola, retorno, bisteca, afável.
3. PROPAROXÍTONAS: Palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima: lâmina, público, paralelepípedo.

Observação: os MONOSSÍLABOS podem ser:
a) ÁTONOS
Palavras com apenas uma sílaba, átona. Podem ser:
artigos: o, a, os, as, um, uns;
pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes;
pronome relativo: que;
preposições: a, com, de, por;
combinações e contrações de preposição: ao, do, da, no, à, na, das, dos, nos, nas;
conjunções: e, mas, ou, se, nem, pois, que.

b) TÔNICOS
Palavras com apenas uma sílaba, tônica. Podem ser:
substantivos: flor, sol, mar; adjetivos: mau, má, bom;
verbos: pôr, dá, dê, vi; pronomes: nós, vós, tu, mim, ti;
advérbios: cá, lá.

NORMAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

1. ACENTUAM-SE OS MONOSSÍLABOS TÔNICOS TERMINADOS EM:
A(S): cá, dá, má, já, vá, Brás, gás, más, pás, vás;
E(S): crê, dê, fé, lê, Lé, pé, ré, sé, crês, dês, mês, pés, rês, vês;
O(S): dó, mó, nó, pó, só, mós, nós, cós, pôs, pós, sós.
Observação: São também acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o, tônicos, seguidas de lo(s), la(s).
Exemplos: em a: dá-lo, fá-lo-ás, fá-los-ás; em e: vê-lo, tê-los, tê-las-íamos; em o: pô-la-ão, pô-lo-emos, pô-los.
DITONGOS ABERTOS ÉI: réis (moeda), géis, méis, féis; ÉU: véu, céu, réu, léu, déu, téu; ÓI: sóis, dói, rói, mói, sói, gói, cói.
2. ACENTUAM-SE OS OXÍTONOS TERMINADOS EM:
A(S): cajá, vatapá, jacá, Pará, quiçá, dará, Satanás, aliás, ananás, atrás;
E(S): café, rapé, sapé, você, através, pontapés, cafés, cortês, português, freguês;
O(S): paletó, cipó, mocotó, dominó, avô, compôs, robô, vovô, avós, cipós.
Observação: São também acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o, tônicos, seguidas de lo(s), la(s).
Exemplos: em a: recuperá-lo, cortá-lo, animá-las, acompanhá-los-íamos; em e: vendê-lo, fazê-las, conhecê-los-íamos, convencê-los; em o: dispô-las, propô-los, compô-lo, repô-la-emos.
EM(ENS): também, ninguém, vinténs, Jerusalém, além.
DITONGOS ABERTOS
ÉI: papéis, anéis, fiéis, cordéis, quartéis, coronéis;
ÉU: troféu, ilhéu, mausoléu, fogaréu, chapéu;
ÓI: herói, anzóis, lençóis, faróis, constrói.
3. ACENTUAM-SE OS PAROXÍTONOS TERMINADOS EM:
L: ágil, amável, fácil, hábil, cônsul, desejável, útil, nível, têxtil, móvel, níquel;
N: éden, hífen, pólen, abdômen, líquen, sêmen, Nélson, Wílson;
R: caráter, revólver, éter, mártir, destróier, açúcar, cadáver, néctar, repórter;
X: tórax, fênix, ônix, Félix, cóccix, córtex, códex, xérox (xerox), látex;
PS: bíceps, fórceps, Quéops, tríceps;
Ã(S): ímã, órfã, ímãs, órfãs, Bálcãs;
ÃO(S): órfão, órgão, bênção, sótão, órfãos, órgãos, bênçãos;
I(S): júri, cáqui, beribéri, táxi, dândi, lápis, grátis, oásis, miosótis;
ON(S): próton, elétrons, nêutrons, íon, Críton, náilon, rádons;
UM(UNS): médium, álbum, fórum, médiuns, álbuns, fóruns;
US: bônus, ônus, vírus, Vênus, tônus, húmus, múnus (obrigação);
DITONGOS: áurea, azálea, marmórea, argênteo, terráqueos, ígneo, ânsia, boêmia, frequência, calvície, imundície, cárie, barbárie, declínio, pátios, lábios, amêndoa, Páscoa, mágoas, nódoa, contígua, espáduas, tênues, bilíngue, árduo.
4. ACENTUAM-SE TODOS OS PROPAROXÍTONOS:
Exemplos: abdômenes, aeródromo, biológico, cálido, cátedra, ênclise, fonógrafo, hífenes, hipódromo, infinitésimo, lêssemos, parêntese, têmporas, Verônica.
5.      NÃO SE EMPREGA MAIS O TREMA, EXCETO EMPALAVRAS ESTRANGEIRAS E SUAS DERIVADAS:Exemplos: Hübner, hübneriano.

6.      ACENTUAM-SE O I E O U, VOGAIS TÔNICAS DOS HIATOS, QUANDO ELES FORMAM SÍLABA SOZINHOS OU COM S E NÃO SÃO SEGUIDOS DE NH:Exemplos: ruína, raízes, países, faísca, doía, egoísmo, egoísta, saída, suíço, ateísmo, baía, Avaí, caída, aí, Jacareí, Pirajuí, Piauí, juízo, cafeína, Icaraí, Grajaú, balaústre, reúne, saúde, ataúde, Jaú, Anhangabaú, viúva, baú, baús, viúvos.Observação 1: Não se devem acentuar, portanto: raiz, paul, ruim, ruins, rainha, moinho, tainha, ainda, juiz, Coimbra, ruindade, Raul, cair, cairdes.Observação 2: Não se devem acentuar, nas palavras paroxítonas, o I ou U tônicos precedidos de ditongo: feiura, baiuca, maoismo, taoismo.

7. USA-SE O ACENTO DIFERENCIAL NAS PALAVRAS:
pôde (passado) ≠ pode (presente)
pôr (verbo) ≠ por (preposição)
Observação: É facultativo o emprego do acento cincunflexo para diferenciar as palavras forma / fôrma, desde que garantida a clareza da frase.
8. ACENTO EM FORMAS VERBAIS:OCORRE EM: verbos ter e vir, bem como em seus derivados (deter, manter, reter, intervir, sobrevir etc.).SINGULAR: ele tem, ele vem, ele intervém, ele mantém.PLURAL: eles têm, eles vêm, eles intervêm, eles mantêm.

 

FONTE DE PESQUISA: www.portal.objetivo.br
 

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